quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

1941: Citizen Kane - Orson Welles (E. U. A.)


Género: Drama, Mistério
M/12
Sinopse/Comentário: O filme começa com a morte de Charles Foster Kane (desempenhado pelo próprio Welles), que solta uma palavra no seu suspiro final: "Rosebud". Kane (personagem inspirada no magnata William Randolph Hearst) fora uma figura de proa da sociedade norte-americana: rico, vivera em Xanadu, um castelo enorme, cheio de esculturas, que mesmo assim não enchiam a enorme mansão; fora também uma personalidade influente - editor de um jornal, político conflituoso -, por isso os jornalistas tentarão descobrir o significado de "Rosebud", questionando aqueles que lhe haviam sido mais próximos, desse modo chegando ao cerne de tamanha personalidade. Os jornalistas nunca resolverão o enigma, mas a resposta será dada na última cena do filme.

Pelo elaborado enredo de Herman J. Mankiewicz e Orson Welles - prémio da Academia -, pela panóplia de ângulos de câmara e pelo original trabalho fotográfico de Gregg Toland (nomeadamente o uso da profundidade de campo, em que tanto o foreground como o background surgem totalmente focados), Citizen Kane tornou-se num marco para as gerações de realizadores subsequentes pelas suas inovações formais.

Eleito como o melhor filme norte-americano de sempre pelo American Film Institute (em 2007) e como o melhor de todos os tempos pelas conceituadas revistas The Village Voice (E. U. A.) - votação de 2000 - Cahiers du Cinéma (França) - votação de 2008 - e Sight & Sound (Inglaterra) por um período de quarenta anos (entre 1962 e 2002 - 2.º na votação mais recente, em 2012), Citizen Kane é indubitavelmente uma das maiores obras cinematográficas da História, quer pelas suas inovações visuais quer pela sua constante busca epistemológica, decifrada ingloriamente apenas no final para os espectadores - ninguém conheceu verdadeiramente Charles Foster Kane, nem mesmo quem teve acesso ao gélido fogo da verdade.


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