Género: Drama, Thriller
M/16
Sinopse/Comentário: Betty Elms (Naomi Watts) chega a Los Angeles para escrever o sonho comum em Hollywood: tornar-se numa estrela de cinema. Contudo, na terra dos sonhos, há uma linha muito ténue entre a realidade e o onírico. Betty será mais tarde no filme Diane Selwyn, como, parece, sempre terá sido: quem pretende adotar distintas identidades - sucintamente, é essa a função de um(a) ator/atriz - consegue convencer-se facilmente de que se é outro. Entretanto, "Betty" conhece X, ou Rita, como a amnésica personagem representada por Laura Harring - Miss USA 1985, por curiosidade - se autodenomina após ver um poster de Rita Hayworth, diva do cinema norte-americano na década de 40. Porém, "Rita", a recuperar do acidente de viação que a desmemoria, pensará que é Diane, antes de vermos o seu rosto numa foto com o nome Camilla Rhodes, como havíamos visto o rosto de Melissa George numa foto com o mesmo nome. Identidades dissolvem-se amiúde em Mulholland Drive, seguramente a obra cinematográfica pós-moderna por excelência, onde a quebra das fronteiras ontológicas é constante - estamos sempre entre a realidade e o sonho, entre a verdade e a encenação (pensemos no exemplo supremo do Club Silencio).
Talvez seja a inusitada natureza do filme que cativa muitos dos melhores críticos cinematográficos. Numa recente votação acerca dos melhores filmes do século XXI (quase 200 críticos internacionais votaram a pedido da BBC), Mulholland Drive ocupou o 1.º lugar. A difícil apreensão do que se passa em Mulholland Drive eleva - sem dúvida(s) - o filme, mas também a música insinuosa de Angelo Badalamenti e as inúmeras cenas inesquecíveis: os episódios no curral, no Club Silencio, no restaurante; o episódio do café e mais tarde do casting da "Little Star" Camilla Rhodes, a título exemplificativo. Como sonhos ou pesadelos marcantes, Mulholland Drive fica na memória como uma obsessão, como "Rita"/"Diane"/Camilla para "Betty"/Diane. David Lynch tem esse efeito - já o sabíamos no virar do século, porque antes houvera, entre outros, Blue Velvet (1986), Lost Highway (1997) ou a série televisiva Twin Peaks; depois houve ainda Inland Empire (2006) ou o regresso de Twin Peaks, este ano. "Difícil", "denso" ou "genial", pelo menos sabemos que David Lynch pede sempre ao fogo criativo que o acompanhe.
Rankings:
Sight & Sound (2012) - realizadores: 75.º (2.º ex-aequo do século XXI)
Sight & Sound (2012) - críticos: 28.º (2.º do século XXI)
Cahiers du Cinéma (2008): 94.º (2.º do século XXI)
BBC (2016): 1.º do século XXI - votação exclusiva acerca de filmes desde 2000
(http://www.bbc.com/culture/story/20160822-the-21st-centurys-25-greatest-films)
Talvez seja a inusitada natureza do filme que cativa muitos dos melhores críticos cinematográficos. Numa recente votação acerca dos melhores filmes do século XXI (quase 200 críticos internacionais votaram a pedido da BBC), Mulholland Drive ocupou o 1.º lugar. A difícil apreensão do que se passa em Mulholland Drive eleva - sem dúvida(s) - o filme, mas também a música insinuosa de Angelo Badalamenti e as inúmeras cenas inesquecíveis: os episódios no curral, no Club Silencio, no restaurante; o episódio do café e mais tarde do casting da "Little Star" Camilla Rhodes, a título exemplificativo. Como sonhos ou pesadelos marcantes, Mulholland Drive fica na memória como uma obsessão, como "Rita"/"Diane"/Camilla para "Betty"/Diane. David Lynch tem esse efeito - já o sabíamos no virar do século, porque antes houvera, entre outros, Blue Velvet (1986), Lost Highway (1997) ou a série televisiva Twin Peaks; depois houve ainda Inland Empire (2006) ou o regresso de Twin Peaks, este ano. "Difícil", "denso" ou "genial", pelo menos sabemos que David Lynch pede sempre ao fogo criativo que o acompanhe.
Rankings:
Sight & Sound (2012) - realizadores: 75.º (2.º ex-aequo do século XXI)
Sight & Sound (2012) - críticos: 28.º (2.º do século XXI)
Cahiers du Cinéma (2008): 94.º (2.º do século XXI)
BBC (2016): 1.º do século XXI - votação exclusiva acerca de filmes desde 2000
(http://www.bbc.com/culture/story/20160822-the-21st-centurys-25-greatest-films)
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